domingo, 25 de outubro de 2009

Chou


foto "roubada" temporariamente do site do Chou

Foi pesquisando restaurantes românticos em São Paulo para indicar a um casal de amigos de NY, que cheguei ao Chou. Discreto e despretensioso, com um jardim coberto e a luz de velas, mobílias descombinadas, cozinha aberta com grelha à lenha e uma horta logo ao fundo, o Chou pra mim foi amor à segunda vista.

Isso porque da primeira vez que estive lá, sentei nas poucas mesas na parte da frente da casa e, ainda que tenha comido muito bem, perdi grande parte do espetáculo que é desfrutar de uma refeição naquele jardim incrível... Mas na quinta passada, me programei e fiz uma reserva no jardim.

Estávamos em três: eu, a Helen e o Renato. Logo que sentamos, ficamos um pouco em silêncio, observando aquele ambiente, e descobrindo elementos improváveis, como a cama que faz as vezes de banco na mesa logo ao lado. Os fios com lâmpadas soltas criavam, junto com as velas, a iluminação perfeita e a música ao fundo deixava tudo aquilo ainda mais mágico.

Enquanto esperávamos o vinho, provamos o couvert: uma cesta de pães assados ali mesmo que, por indicação da garçonete, devíamos molhar no azeite de oliva extra virgem orgânico e passar numa mistura de amêndoa torrada moída fina e especiarias. Para não dizer mais, comemos a cesta toda e repetimos. Ainda parte do couvert, um pratinho com folhas de beterraba, pickles de cebola, azeitonas pretas e tomates grelhados.

Partimos então para os pedidos e não resistimos à lista de mezzes, porções pequenas para dividir e começar. Pedimos o quiabo grelhado com uma mistura de amendoim torrado picado que estava divino (ainda mais para alguém que nunca tinha comido quiabo antes – pronto, confessei!) e também uma espécie de pimentão pequeno, que agora não lembro o nome. Degustamos nossos mezzes com o vinho, uma mistura de Malbec e Cabernet francês, que estava um pouco mais frio do que deveria, mas ainda muito bom.

A decisão quanto ao prato principal foi unânime: “peixe do dia na grelha”. Quer algo mais simples que isso? Como acompanhamento, pedi batatinhas amassadas e a Helen e o Renato escolheram batata doce grelhada. Os pratos chegaram e mais uma vez ficamos em silêncio, admirando a beleza de um prato tão puro, tão sem firulas e ainda assim, ou por isso mesmo, tão bonito. O peixe estava incrível e a batata doce mais do que acompanhou, completou o prato com maestria.

Para fechar essa refeição tão memorável, dividimos ainda um arroz três leches, tradicional arroz de leite mas com um toque de doce de leite e limão siciliano.

“Nas palavras da Chef do Chou, Gabriela Barreto: “Nada de pompa e circunstância e do fastidioso trabalho para deslumbrar o comensal(...)”. E ainda assim, deslumbrados deixamos o Chou, que como o nome já diz, é mesmo um show.

* * *

Mais palavras da Chef Gabriela Barreto:

“A minha busca, minha cruzada é a de alguma forma resgatar senão a mística específica envolvendo o ato de compartilhar e servir comida, ao menos o sentimento sagrado de celebração, partilha e simplicidade. (...)”

“(...)Meu espírito, mais do que meu corpo, se cansou da interminável “degustação gastronômica”, da sofisticada experimentação técnica e visual.(...)”

“(...) E se tudo for servido com calidez e honestidade, se a companhia for divertida ou amável, então temos que nos perguntar como Sêneca, quando hemos de viver senão agora?”

Chou

Tel. 11 3086.6998

Rua Mateus Grou, 345 – Pinheiros – São Paulo

2 comentários:

Pierre Corneille disse...

Muito boa dica!

Anônimo disse...

Esse restaurante parece perfeito para um casal ou para compartir com outra pessoa num momento intimo.
Gostaria de saber se eles tem delivery em higienopolis para experimentar a comida antes de ir, porque gostaria de levar ao meu namorado.