domingo, 8 de novembro de 2009

Astor



“Esse é digno de colocar no blog” - foram as palavras do Gusi ao deixarmos esse boteco-bistrô da Vila Madalena na última quarta-feira.

A sugestão foi da Taís, mas eu já andava louca para conhecer o tal bar que ganhou tantos prêmios na “Veja - Comer e Beber” deste ano. Chegamos lá por volta de 21:30 e sentamos em uma das últimas mesas disponíveis. A Taís estava louca por uma caipirinha, o que não acontece com freqüência, e pediu logo uma caipiroska de tangerina. Eu estava um pouco mais devagar e pedi um cálice de Sauvignon Blanc. Na falta deste, o garçom me trouxe um Chardonnay para degustar e acabei aceitando, meio contrariada... odeio Chardonnay. Mas este até que estava bom, suave, perfeito para o calor que fazia.

Esfomeadas, partimos logo para a escolha dos pratos principais. Moules Frites para a Taís e Steak Tartar pra mim. Não exatamente comida de boteco... Ficamos ali de papo, curtindo nossos drinks, ao som de música brasileira, neste ambiente meio parisiense, meio boteco da esquina, meio difícil de decifrar...

Os pratos logo chegaram e nos surpreenderam positivamente. Os mexilhões estavam uma delícia, num caldo super saboroso feito com, adivinhe... cerveja! O tartar estava bem temperado e acompanhava torradinhas e salada. Foi a pedida perfeita para mim. E pra completar, as frites da Taís estavam memoráveis.


Quando estávamos encerrando nosso jantar, o Gusi e o Max chegaram e começaram o deles, que foi mais típico de boteco: sanduíche de rosbife e mussarela regado a um, dois, três chopes...

Para arrematar a Taís pediu ainda um brigadeiro de colher e, depois de toda essa comida, acabamos amarelando e desistindo de seguir a noite no Sub Astor, o lounge com astral nova-iorquino, que fica no andar de baixo deste boteco-bistrô que esconde segredos...

Como observou muito bem o Gusi, achamos o nosso Schiller’s em São Paulo.

Rua Delfina, 163 - Vila Madalena - São Paulo
Tel. 11 3815.1364


domingo, 25 de outubro de 2009

Chou


foto "roubada" temporariamente do site do Chou

Foi pesquisando restaurantes românticos em São Paulo para indicar a um casal de amigos de NY, que cheguei ao Chou. Discreto e despretensioso, com um jardim coberto e a luz de velas, mobílias descombinadas, cozinha aberta com grelha à lenha e uma horta logo ao fundo, o Chou pra mim foi amor à segunda vista.

Isso porque da primeira vez que estive lá, sentei nas poucas mesas na parte da frente da casa e, ainda que tenha comido muito bem, perdi grande parte do espetáculo que é desfrutar de uma refeição naquele jardim incrível... Mas na quinta passada, me programei e fiz uma reserva no jardim.

Estávamos em três: eu, a Helen e o Renato. Logo que sentamos, ficamos um pouco em silêncio, observando aquele ambiente, e descobrindo elementos improváveis, como a cama que faz as vezes de banco na mesa logo ao lado. Os fios com lâmpadas soltas criavam, junto com as velas, a iluminação perfeita e a música ao fundo deixava tudo aquilo ainda mais mágico.

Enquanto esperávamos o vinho, provamos o couvert: uma cesta de pães assados ali mesmo que, por indicação da garçonete, devíamos molhar no azeite de oliva extra virgem orgânico e passar numa mistura de amêndoa torrada moída fina e especiarias. Para não dizer mais, comemos a cesta toda e repetimos. Ainda parte do couvert, um pratinho com folhas de beterraba, pickles de cebola, azeitonas pretas e tomates grelhados.

Partimos então para os pedidos e não resistimos à lista de mezzes, porções pequenas para dividir e começar. Pedimos o quiabo grelhado com uma mistura de amendoim torrado picado que estava divino (ainda mais para alguém que nunca tinha comido quiabo antes – pronto, confessei!) e também uma espécie de pimentão pequeno, que agora não lembro o nome. Degustamos nossos mezzes com o vinho, uma mistura de Malbec e Cabernet francês, que estava um pouco mais frio do que deveria, mas ainda muito bom.

A decisão quanto ao prato principal foi unânime: “peixe do dia na grelha”. Quer algo mais simples que isso? Como acompanhamento, pedi batatinhas amassadas e a Helen e o Renato escolheram batata doce grelhada. Os pratos chegaram e mais uma vez ficamos em silêncio, admirando a beleza de um prato tão puro, tão sem firulas e ainda assim, ou por isso mesmo, tão bonito. O peixe estava incrível e a batata doce mais do que acompanhou, completou o prato com maestria.

Para fechar essa refeição tão memorável, dividimos ainda um arroz três leches, tradicional arroz de leite mas com um toque de doce de leite e limão siciliano.

“Nas palavras da Chef do Chou, Gabriela Barreto: “Nada de pompa e circunstância e do fastidioso trabalho para deslumbrar o comensal(...)”. E ainda assim, deslumbrados deixamos o Chou, que como o nome já diz, é mesmo um show.

* * *

Mais palavras da Chef Gabriela Barreto:

“A minha busca, minha cruzada é a de alguma forma resgatar senão a mística específica envolvendo o ato de compartilhar e servir comida, ao menos o sentimento sagrado de celebração, partilha e simplicidade. (...)”

“(...)Meu espírito, mais do que meu corpo, se cansou da interminável “degustação gastronômica”, da sofisticada experimentação técnica e visual.(...)”

“(...) E se tudo for servido com calidez e honestidade, se a companhia for divertida ou amável, então temos que nos perguntar como Sêneca, quando hemos de viver senão agora?”

Chou

Tel. 11 3086.6998

Rua Mateus Grou, 345 – Pinheiros – São Paulo

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

La Tartine


Desculpem se não tenho escrito, mas ando meio bloqueada. Devo ter pelo ou menos vinte textos inacabados, esperando para serem postados. Motivo: falta de inspiração. Triste? Um pouco. Não que não existam lugares incríveis a serem desvendados aqui, a diferença é somente a facilidade ou, no caso, dificuldade de acesso a estes lugares ou… (cutting the bullshit) simplesmente falta de tempo.

Mas essa semana recebi um email de uma leitora fiel e amiga querida ou, como ela mesma se intitula, minha “fanzoca”, que me deu pique novamente. É muito bom saber que alguém possa aproveitar o que escrevo, e que, através de um meio de comunicação tão impessoal, eu possa transmitir emoções tão verdadeiras...

Bem... o pique eu já recuperei. E a inspiração??

* * *

A inspiração voltou quando fui ao La Tartine, um bistrozinho francês romântico, aconchegante, perfeito para um “date”. O meu “date”? Meu marido, com quem eu não conseguia um momento destes a tempos. Parece mentira, mas o ritmo de São Paulo é ainda mais louco que o de NYC...




Chegamos lá por volta das 21hs e as mesas estavam lotadas. Esperamos um pouco no lounge, enquanto preparavam a mesa perfeita para nós, no canto, perto da janela. Do nosso cantinho, podia observar uma família francesa que discutia energicamente entre um cálice de vinho e outro. No lado oposto, um casal trocava olhares e carinhos e um grupo de amigos dava risada, num ritmo gostoso de observar.

Começamos com um cálice de Côtes Du Rhône pra mim e uma caipirinha para ele. Como entrada, seguimos a sugestão do garçom de Patê de Campagne, uma verdadeira loucura! O aspecto não era o melhor, mas desde quando patê tem bom aspecto? (Ah, os da minha fanzoca têm! Aliás, ela é especialista no assunto). Mas as aparências enganam e aquela pasta cinzenta que se apresentou, acabou por ser o melhor da noite. Para seguir o patê escolhi uma quiche de shitake com salada, enquanto o Gustavo optou pelo filé especial do dia. Os pratos estavam bons, não excelentes, mas foi uma das noites mais agradáveis que tive nos últimos tempos. O ambiente do La Tartine é quente e envolvente; o serviço amigável, a comida gostosa, o preço mais que razoável e o público cheio de personalidade.

Tudo isso... ou quem sabe foi o vinho...

La Tartine
Tel. 11 3259.2090
Rua Fernando de Albuquerque, 267 – Cerqueira César – Zona Sul

domingo, 4 de outubro de 2009

The City Bakery




Hugh Grant e Drew Barrymore tomaram café por lá, depois de uma madrugada em claro na comédia romântica “Music & Lyrics”. Famosa e tradicional, The City Bakery é a opção perfeita para um café com croissant, um almoço saudável ou um chocolate quente com cookies à tarde.

Ingredientes orgânicos e sazonais são usados no preparo das delícias servidas nesta bakery, que se sobressai pela qualidade e criatividade. Adoro os cookies e muffins, o chocolate quente e o cappuccino, mas gosto mesmo é de almoçar por lá. Percorro o buffet com os olhos primeiro, avaliando minhas opções, e acabo sempre escolhendo as mesmas coisas: um pouquinho de ceasar salad, duas fatias da galinha em crosta de corn flakes, erva doce grelhada, salada de abobrinha e queijo de cabra, bok choy... E quando estou com muuita fome, não resisto à uma quesadilla de cogumelos, que é dos deuses!!!
Tel. 212-366-1414
3 West 18th Street (entre 5th e 6th Avenues) 

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Calexico



Prestem atenção por que não é sempre que se encontra tantas qualidades em um só lugar:

Localização perfeita: esquina da Prince com a Wooster, no SOHO

Comida mexicana de primeira: os tacos e quesadillas são de enlouquecer...

Proposta descolada: Um carrinho de comida. Um menu simples. Faça seu pedido, dê uma voltinha pelas lojas do SOHO, e volte para buscar.

Preços inacreditáveis: um taco de carnitas, especialidade da casa, sai por míseros U$ 4.

Minha experiência no Calexico não poderia ter sido melhor. Depois de ter devorado um milho do Habana ao meio dia, continuei caminhando pelo SOHO, observando o vai e vem dos fashionistas, fazendo um pouco de window shopping.... até que dei de cara com esse carrinho, ou melhor, até que o cheiro maravilhoso da comida do Calexico, me levou até ele. Pedi uma sugestão do cozinheiro que, sem pensar, me recomendou o taco “Calexico Carne Asada” (skirt steak marinada em especiarias e grelhada, servida com pico de gallo e creme de abacate). Fiz o pedido e fui passear. Voltei depois de 20 minutos para buscar meu taco de carnitas, me sentei nos degraus de um prédio da Wooster Street e ataquei! A carne é macia e suculenta, ligeiramente picante e ao mesmo tempo adocicada pelo creme de abacate... Bom demais...

O restaurante do Calexico fica na Union Street 122, no Brooklyn e os food carts estão localizados na Wooster com Prince Street (menu completo) e na Broadway com a Broome (menu expresso – somente burritos). Perfeito para um lanche rápido em um dia de compras no SOHO...

 

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Butter Lane Cupcakes


Ok, não quero enganar ninguém. Cupcakes não são e nem nunca serão saudáveis. Mas o que esta bakery do East Village está propondo é uma versão menos danosa  do tradicional bolinho. A proposta do Butter Lane é utilizar ingredientes locais e orgânicos, chocolate puro e sabores naturais na produção de seus cupcakes. Nas palavras da equipe Butter Lane: “we make the better cupcake”. Não posso garantir que são de fato mais saudáveis, mas que são melhores do que muitos outros que já experimentei por ai, ah isso são!


Butter Lane Cupcakes

Tel. 1 212.677.2880

123 East 7th Street – East Village

New York, NY 10009

Levain Bakery


Como boa e fiel Upper East Sider que fui, nunca explorei muito o Upper WEST Side. Mas desta vez, hospedada no bairro e acompanhada de amigas que vivem por ali, não tive escapatória.

Num domingo escaldante, sai com a Dea pelo bairro e fui apresentada a uma das grandes maravilhas da zona: o Levain, uma bakery pequeninha na 74, quase esquina com Amsterdam. 

Fazia provavelmente 30º na rua e, ali dentro, uns 45º. Minha vontade inicial foi sair correndo, mas em seguida, o perfume de cookies e scones saindo do forno me hipnotizaram e acho poderia ter ficado ali o resto do meu dia. Perguntamos qual era o cookie mais especial e a atendente sugeriu “Peanut Butter and Chocolate Chip”. Compramos nossos cookies e saímos de lá com a intenção de andar um pouco, encontrar um lugar agradável para sentar e degustar aquela maravilha. Mas o máximo que consegumos foi dar dois passos e sentar na escadaria de uma townhouse qualquer para abrir aqueles saquinhos mágicos e devorar o melhor cookie que já comemos em nossas vidas. 

Como disse bem o NY Times: “Possibly the largest, most divine chocolate chip cookies in Manhattan.” Agreed!!!


Levain Bakery

T: 212-874-6080

167 West 74th St

New York, NY 10023 


segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Blue Ribbon Bakery

A sugestão partiu da Érica, que já fazia tempo queria conhecer essa Bakery do West Village. Fazia muito calor e sol quando chegamos e nos sentamos nas mesinhas do andar principal, com janelas para a esquina arborizada da Downing Street com a Bedford. Tive dificuldade de relacionar toda aquela luz e todo o verde em volta com a Blue Ribbon Bakery onde estive no dezembro frio de 2007. Minha família nos visitava para o natal e uma amiga me recomendou a Bakery, fazendo propaganda dos pães maravilhosos e também do ambiente aconchegante ao redor do forno a lenha, perfeito para um brunch no inverno. Seria este o mesmo lugar??

Parece mentira, mas sim. Duas experiências completamente distintas podem acontecer neste mesmo endereço.

Naquele dezembro frio, sentamos em uma sala privada, com apenas uma mesa, bem em frente ao forno a lenha. Fazia tempo que não tínhamos a família por perto e foi o “setting” perfeito para um brunch de inverno. Lembro de comer Steak & Fries e tomar um cálice de vinho e lembro bem da alegria de todos com aquele momento. Ambiente perfeito, comida gostosa e companhia ideal.

Neste agosto escaldante, preferimos as mesas do andar principal, com luz e movimento. Não via a Érica e o Elias desde que sai de NY em fevereiro e tínhamos muito assunto para colocar em dia. Mais uma vez, o Blue Ribbon Bakery foi o ambiente perfeito para este brunch de verão, com “eggs benedict”, salada de truta defumada com peras, e muito pão recém saído do forno. 


 Blue Benedict Serrano Ham, Jarlsberg, Tomato on Toasted Challah


Smoked Trout Salad

A idéia para a Bakery surgiu quando os proprietários da rede Blue Ribbon, que possui também brasseries, sushi bars e grills, encontraram um forno a lenha com mais de 130 anos abandonado num andar subterrâneo de uma bodega fechada. Depois de quase dois anos de reforma, em 1995, a Blue Ribbon Bakery foi inaugurada e segue um sucesso até hoje.

 

Blue Ribbon Bakey

Tel. 1 
212.337.0404

35 Downing Street – West Village

New York, NY 10014

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Um dia no Brooklyn...

Meu segundo dia em NY, passei inteiro no Brooklyn com uma amiga, a Joy. A mesma Joy do meu primeiro post neste blog, a Joy que tantas vezes me fez companhia nas minhas aventuras gastronômicas pela Big Apple.

Começamos com um brunch no Al di Lá, uma trattoria de esquina discreta e despretensiosa de Park Slope, que atrai críticos e curiosos por sua gastronomia simples, mas impecável.  Já que a pedida era brunch, pedimos logo dois pratos com ovos: uova afogata (uma base de molho de tomate, dois ovos estalados por cima e muito queijo gruyère, tudo isso gratinado e servido com pão torrado). Para balancear um pouco, o outro prato que escolhemos tinha uma base de beet greens (folhas verdes da beterraba) refogados e ovo pochê por cima. Para o toque final, cubinhos de pancetta.

Al di Lá


Uova Affogata

Saindo do Al di Lá e caminhando pela 5th Avenue (de Park Slope), lembrei que estávamos perto de uma confeitaria que adoro e resolvemos fazer um pit stop para sobremesa. A idéia era escolher algo no balcão mesmo e sair andando, mas o jardim nos fundos do Sweet Melissa estava tão convidativo que não tivemos como recusar.  Sentamos na sombra e colocamos nossos papos em dia entre um cálice de Sauvignon Blanc extremamente gelado e alguns biscotti (de cereja e amêndoas e amêndoas com mel).

Sweet Melissa

De lá, seguimos nosso passeio “window shopping”  pelas lojinhas criativas e originais de Park Slope. Depois de algumas horas de caminhada, passamos em frente a um wine bar que a Joy me disse ser seu “Cheers”, como aquele bar do antigo seriado, lembram??? Ela vai a esse bar desde que se mudou para o bairro há muitos anos e conhece todo mundo que passa por lá. Uma parada para o segundo cálice de vinho pareceu conveniente, ainda mais considerando o calor que fazia na rua. Entramos nesse barzinho pequeno e aconchegante, chamado Total Wine Bar, e a sensação foi mesmo de que todos se conheciam, de que formavam uma família. Demorou apenas alguns minutos e um cálice de vinho para que eu também fizesse parte daquele lugar , mas custou bem mais tempo e vinho para que saíssemos de lá. O wine bar vale um post exclusivo e prometo o fazer em breve.

Mais tarde, tivemos força ainda (e estômago) para irmos jantar em um restaurante francês em Carroll Gardens, um outro bairro do Brooklyn, apenas duas paradas de metrô de onde estávamos. Foi a primeira vez que estive em Carroll Gardens, mas gostei tanto que voltei dias depois. O bairro é uma mistura de Park Slope com Williamsburg e reúne ao mesmo tempo famílias e artistas descolados que convivem em completa harmonia. O restaurante escolhido, Robin Du Bois, tinha um ambiente mais atraente do que a comida ou o vinho, que era péssimo, mas ainda assim valeu a pena. Os camarões à provençal estavam divinos. O resto, not so much.

Robin du Bois

Tenho quase vergonha de dizer que saímos de lá e ainda seguimos a noite em mais um wine bar, onde encontramos alguns amigos. Resisti até onde pude e depois encarei o metrô de volta para a cidade. Fui dormir às três da manhã, tired and very very happy...

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

New York...New York...

Aterrissei em NY hoje junto com o nascer do sol. No caminho do aeroporto para Manhattan, pude ver o contorno dos prédios da cidade iluminados pelo laranja quase fogo do sol de verão.

Comecei meu dia no único lugar que pude imaginar: o Central Park. Caminhando pelas estradinhas, correndo no reservoir, me vêm à mente lembranças que vão para sempre me marcar.

Volto pra casa, não mais a minha casa, mas a casa da minha amiga querida, a Cris. Tomo um banho e saio outra vez. Encontro a Ana para almoçar. Escolhemos o Sarabeth’s, um clássico entre os nova-iorquinos. Conseguimos uma mesinha na rua e ali ficamos de papo, curtindo a vista do parque. E já que o clima é de reviver clássicos, peço logo uma Chicken Ceaser Salad, americana como só ela e uma delícia.  A Ana escolhe uma omelete de espinafre com queijo de cabra. Os ovos são a especialidade do Sarabeth’s e este prato em especial, eu já provei e aprovei.


Saímos de lá para passear um pouco pela 5th Avenue. Nunca vi NY tão cheia. Os turistas estão saindo pela culatra, enlouquecidos nas lojas e parando sempre que dá para um hot-dog with soda por um dollar, ou para um pretzel, um sorvete ou quem sabe castanhas açucaradas…

Numa atitude pretensiosa minha, resolvo ainda ir ao MOMA, ignorando o fato de ter passado a noite em um avião e de não ter parado nem um minuto o dia todo. Resolvo me focar nas duas exposições itinerantes do último andar, mas minha visita ao museu acaba sendo encurtada pelo cansaço e, tenho que confessar, pela fome que começa a brotar em mim outra vez.

James Ensor

Ron Arad: No Discipline

Projects 90: Song Dong (Waste Not)

Saio de lá com meu destino determinado: Whole Foods. Caminhando pelos corredores do supermercado, tento decifrar minha fome. Procuro o objeto de minha gula, prestando atenção aos cheiros, às cores, às formas de minhas vítimas. É quando finalmente encontro o pecado ideal: pickled calamari salad with ginger and jalapeños. Um pouco ousado para as cinco da tarde, mas fazer o que? Tenho que ser fiel aos meus desejos. Pelo ou menos nessa semaninha em NY eu acho que tenho direito!

Vou descansar agora e tentar digerir o calamari. O jantar me espera mais tarde…