domingo, 8 de novembro de 2009
Astor
domingo, 25 de outubro de 2009
Chou

Foi pesquisando restaurantes românticos em São Paulo para indicar a um casal de amigos de NY, que cheguei ao Chou. Discreto e despretensioso, com um jardim coberto e a luz de velas, mobílias descombinadas, cozinha aberta com grelha à lenha e uma horta logo ao fundo, o Chou pra mim foi amor à segunda vista.
Isso porque da primeira vez que estive lá, sentei nas poucas mesas na parte da frente da casa e, ainda que tenha comido muito bem, perdi grande parte do espetáculo que é desfrutar de uma refeição naquele jardim incrível... Mas na quinta passada, me programei e fiz uma reserva no jardim.
Estávamos em três: eu, a Helen e o Renato. Logo que sentamos, ficamos um pouco em silêncio, observando aquele ambiente, e descobrindo elementos improváveis, como a cama que faz as vezes de banco na mesa logo ao lado. Os fios com lâmpadas soltas criavam, junto com as velas, a iluminação perfeita e a música ao fundo deixava tudo aquilo ainda mais mágico.
Enquanto esperávamos o vinho, provamos o couvert: uma cesta de pães assados ali mesmo que, por indicação da garçonete, devíamos molhar no azeite de oliva extra virgem orgânico e passar numa mistura de amêndoa torrada moída fina e especiarias. Para não dizer mais, comemos a cesta toda e repetimos. Ainda parte do couvert, um pratinho com folhas de beterraba, pickles de cebola, azeitonas pretas e tomates grelhados.
Partimos então para os pedidos e não resistimos à lista de mezzes, porções pequenas para dividir e começar. Pedimos o quiabo grelhado com uma mistura de amendoim torrado picado que estava divino (ainda mais para alguém que nunca tinha comido quiabo antes – pronto, confessei!) e também uma espécie de pimentão pequeno, que agora não lembro o nome. Degustamos nossos mezzes com o vinho, uma mistura de Malbec e Cabernet francês, que estava um pouco mais frio do que deveria, mas ainda muito bom.
A decisão quanto ao prato principal foi unânime: “peixe do dia na grelha”. Quer algo mais simples que isso? Como acompanhamento, pedi batatinhas amassadas e a Helen e o Renato escolheram batata doce grelhada. Os pratos chegaram e mais uma vez ficamos em silêncio, admirando a beleza de um prato tão puro, tão sem firulas e ainda assim, ou por isso mesmo, tão bonito. O peixe estava incrível e a batata doce mais do que acompanhou, completou o prato com maestria.
Para fechar essa refeição tão memorável, dividimos ainda um arroz três leches, tradicional arroz de leite mas com um toque de doce de leite e limão siciliano.
“Nas palavras da Chef do Chou, Gabriela Barreto: “Nada de pompa e circunstância e do fastidioso trabalho para deslumbrar o comensal(...)”. E ainda assim, deslumbrados deixamos o Chou, que como o nome já diz, é mesmo um show.
* * *
Mais palavras da Chef Gabriela Barreto:
“A minha busca, minha cruzada é a de alguma forma resgatar senão a mística específica envolvendo o ato de compartilhar e servir comida, ao menos o sentimento sagrado de celebração, partilha e simplicidade. (...)”
“(...)Meu espírito, mais do que meu corpo, se cansou da interminável “degustação gastronômica”, da sofisticada experimentação técnica e visual.(...)”
“(...) E se tudo for servido com calidez e honestidade, se a companhia for divertida ou amável, então temos que nos perguntar como Sêneca, quando hemos de viver senão agora?”
Tel. 11 3086.6998
Rua Mateus Grou, 345 – Pinheiros – São Paulo
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
La Tartine
domingo, 4 de outubro de 2009
The City Bakery
terça-feira, 29 de setembro de 2009
Calexico
Prestem atenção por que não é sempre que se encontra tantas qualidades em um só lugar:
Localização perfeita: esquina da Prince com a Wooster, no SOHO
Comida mexicana de primeira: os tacos e quesadillas são de enlouquecer...
Proposta descolada: Um carrinho de comida. Um menu simples. Faça seu pedido, dê uma voltinha pelas lojas do SOHO, e volte para buscar.
Preços inacreditáveis: um taco de carnitas, especialidade da casa, sai por míseros U$ 4.
O restaurante do Calexico fica na Union Street 122, no Brooklyn e os food carts estão localizados na Wooster com Prince Street (menu completo) e na Broadway com a Broome (menu expresso – somente burritos). Perfeito para um lanche rápido em um dia de compras no SOHO...
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
Butter Lane Cupcakes
Ok, não quero enganar ninguém. Cupcakes não são e nem nunca serão saudáveis. Mas o que esta bakery do East Village está propondo é uma versão menos danosa do tradicional bolinho. A proposta do Butter Lane é utilizar ingredientes locais e orgânicos, chocolate puro e sabores naturais na produção de seus cupcakes. Nas palavras da equipe Butter Lane: “we make the better cupcake”. Não posso garantir que são de fato mais saudáveis, mas que são melhores do que muitos outros que já experimentei por ai, ah isso são!
Tel. 1 212.677.2880
123 East 7th Street – East Village
New York, NY 10009
Levain Bakery
Como boa e fiel Upper East Sider que fui, nunca explorei muito o Upper WEST Side. Mas desta vez, hospedada no bairro e acompanhada de amigas que vivem por ali, não tive escapatória.
Num domingo escaldante, sai com a Dea pelo bairro e fui apresentada a uma das grandes maravilhas da zona: o Levain, uma bakery pequeninha na 74, quase esquina com Amsterdam.
Fazia provavelmente 30º na rua e, ali dentro, uns 45º. Minha vontade inicial foi sair correndo, mas em seguida, o perfume de cookies e scones saindo do forno me hipnotizaram e acho poderia ter ficado ali o resto do meu dia. Perguntamos qual era o cookie mais especial e a atendente sugeriu “Peanut Butter and Chocolate Chip”. Compramos nossos cookies e saímos de lá com a intenção de andar um pouco, encontrar um lugar agradável para sentar e degustar aquela maravilha. Mas o máximo que consegumos foi dar dois passos e sentar na escadaria de uma townhouse qualquer para abrir aqueles saquinhos mágicos e devorar o melhor cookie que já comemos em nossas vidas.
Como disse bem o NY Times: “Possibly the largest, most divine chocolate chip cookies in Manhattan.” Agreed!!!
T: 212-874-6080
167 West 74th St
New York, NY 10023
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
Blue Ribbon Bakery
A sugestão partiu da Érica, que já fazia tempo queria conhecer essa Bakery do West Village. Fazia muito calor e sol quando chegamos e nos sentamos nas mesinhas do andar principal, com janelas para a esquina arborizada da Downing Street com a Bedford. Tive dificuldade de relacionar toda aquela luz e todo o verde em volta com a Blue Ribbon Bakery onde estive no dezembro frio de 2007. Minha família nos visitava para o natal e uma amiga me recomendou a Bakery, fazendo propaganda dos pães maravilhosos e também do ambiente aconchegante ao redor do forno a lenha, perfeito para um brunch no inverno. Seria este o mesmo lugar??
Parece mentira, mas sim. Duas experiências completamente distintas podem acontecer neste mesmo endereço.
Naquele dezembro frio, sentamos em uma sala privada, com apenas uma mesa, bem em frente ao forno a lenha. Fazia tempo que não tínhamos a família por perto e foi o “setting” perfeito para um brunch de inverno. Lembro de comer Steak & Fries e tomar um cálice de vinho e lembro bem da alegria de todos com aquele momento. Ambiente perfeito, comida gostosa e companhia ideal.
Neste agosto escaldante, preferimos as mesas do andar principal, com luz e movimento. Não via a Érica e o Elias desde que sai de NY em fevereiro e tínhamos muito assunto para colocar em dia. Mais uma vez, o Blue Ribbon Bakery foi o ambiente perfeito para este brunch de verão, com “eggs benedict”, salada de truta defumada com peras, e muito pão recém saído do forno.
A idéia para a Bakery surgiu quando os proprietários da rede Blue Ribbon, que possui também brasseries, sushi bars e grills, encontraram um forno a lenha com mais de 130 anos abandonado num andar subterrâneo de uma bodega fechada. Depois de quase dois anos de reforma, em 1995, a Blue Ribbon Bakery foi inaugurada e segue um sucesso até hoje.
Blue Ribbon Bakey
Tel. 1
212.337.0404
35 Downing Street – West Village
New York, NY 10014
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
Um dia no Brooklyn...
Meu segundo dia em NY, passei inteiro no Brooklyn com uma amiga, a Joy. A mesma Joy do meu primeiro post neste blog, a Joy que tantas vezes me fez companhia nas minhas aventuras gastronômicas pela Big Apple.
Começamos com um brunch no Al di Lá, uma trattoria de esquina discreta e despretensiosa de Park Slope, que atrai críticos e curiosos por sua gastronomia simples, mas impecável. Já que a pedida era brunch, pedimos logo dois pratos com ovos: uova afogata (uma base de molho de tomate, dois ovos estalados por cima e muito queijo gruyère, tudo isso gratinado e servido com pão torrado). Para balancear um pouco, o outro prato que escolhemos tinha uma base de beet greens (folhas verdes da beterraba) refogados e ovo pochê por cima. Para o toque final, cubinhos de pancetta.
Al di Lá
Saindo do Al di Lá e caminhando pela 5th Avenue (de Park Slope), lembrei que estávamos perto de uma confeitaria que adoro e resolvemos fazer um pit stop para sobremesa. A idéia era escolher algo no balcão mesmo e sair andando, mas o jardim nos fundos do Sweet Melissa estava tão convidativo que não tivemos como recusar. Sentamos na sombra e colocamos nossos papos em dia entre um cálice de Sauvignon Blanc extremamente gelado e alguns biscotti (de cereja e amêndoas e amêndoas com mel).
Sweet Melissa
De lá, seguimos nosso passeio “window shopping” pelas lojinhas criativas e originais de Park Slope. Depois de algumas horas de caminhada, passamos em frente a um wine bar que a Joy me disse ser seu “Cheers”, como aquele bar do antigo seriado, lembram??? Ela vai a esse bar desde que se mudou para o bairro há muitos anos e conhece todo mundo que passa por lá. Uma parada para o segundo cálice de vinho pareceu conveniente, ainda mais considerando o calor que fazia na rua. Entramos nesse barzinho pequeno e aconchegante, chamado Total Wine Bar, e a sensação foi mesmo de que todos se conheciam, de que formavam uma família. Demorou apenas alguns minutos e um cálice de vinho para que eu também fizesse parte daquele lugar , mas custou bem mais tempo e vinho para que saíssemos de lá. O wine bar vale um post exclusivo e prometo o fazer em breve.
Mais tarde, tivemos força ainda (e estômago) para irmos jantar em um restaurante francês em Carroll Gardens, um outro bairro do Brooklyn, apenas duas paradas de metrô de onde estávamos. Foi a primeira vez que estive em Carroll Gardens, mas gostei tanto que voltei dias depois. O bairro é uma mistura de Park Slope com Williamsburg e reúne ao mesmo tempo famílias e artistas descolados que convivem em completa harmonia. O restaurante escolhido, Robin Du Bois, tinha um ambiente mais atraente do que a comida ou o vinho, que era péssimo, mas ainda assim valeu a pena. Os camarões à provençal estavam divinos. O resto, not so much.
Robin du Bois
Tenho quase vergonha de dizer que saímos de lá e ainda seguimos a noite em mais um wine bar, onde encontramos alguns amigos. Resisti até onde pude e depois encarei o metrô de volta para a cidade. Fui dormir às três da manhã, tired and very very happy...
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
New York...New York...
Aterrissei em NY hoje junto com o nascer do sol. No caminho do aeroporto para Manhattan, pude ver o contorno dos prédios da cidade iluminados pelo laranja quase fogo do sol de verão.
Comecei meu dia no único lugar que pude imaginar: o Central Park. Caminhando pelas estradinhas, correndo no reservoir, me vêm à mente lembranças que vão para sempre me marcar.
Volto pra casa, não mais a minha casa, mas a casa da minha amiga querida, a Cris. Tomo um banho e saio outra vez. Encontro a Ana para almoçar. Escolhemos o Sarabeth’s, um clássico entre os nova-iorquinos. Conseguimos uma mesinha na rua e ali ficamos de papo, curtindo a vista do parque. E já que o clima é de reviver clássicos, peço logo uma Chicken Ceaser Salad, americana como só ela e uma delícia. A Ana escolhe uma omelete de espinafre com queijo de cabra. Os ovos são a especialidade do Sarabeth’s e este prato em especial, eu já provei e aprovei.
Saímos de lá para passear um pouco pela 5th Avenue. Nunca vi NY tão cheia. Os turistas estão saindo pela culatra, enlouquecidos nas lojas e parando sempre que dá para um hot-dog with soda por um dollar, ou para um pretzel, um sorvete ou quem sabe castanhas açucaradas…
Numa atitude pretensiosa minha, resolvo ainda ir ao MOMA, ignorando o fato de ter passado a noite em um avião e de não ter parado nem um minuto o dia todo. Resolvo me focar nas duas exposições itinerantes do último andar, mas minha visita ao museu acaba sendo encurtada pelo cansaço e, tenho que confessar, pela fome que começa a brotar em mim outra vez.
Projects 90: Song Dong (Waste Not)
Saio de lá com meu destino determinado: Whole Foods. Caminhando pelos corredores do supermercado, tento decifrar minha fome. Procuro o objeto de minha gula, prestando atenção aos cheiros, às cores, às formas de minhas vítimas. É quando finalmente encontro o pecado ideal: pickled calamari salad with ginger and jalapeños. Um pouco ousado para as cinco da tarde, mas fazer o que? Tenho que ser fiel aos meus desejos. Pelo ou menos nessa semaninha em NY eu acho que tenho direito!
Vou descansar agora e tentar digerir o calamari. O jantar me espera mais tarde…
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
A caminho de NY...
A poucos dias de embarcar para NY, minha mente voa e fico salivando só de pensar nas maravilhas que me esperam. Andei pesquisando e divido com vocês a lista de alguns dos lugares onde pretendo ir, sempre em busca da mordida perfeita…
Restaurante italiano do Greenwich Hotel que recebeu recentemente 2 estrelas de Frank Bruni, do Times. Li por aí que o ragú de porco é divino e que o gelato é “to die for”…
Aberto em maio deste ano pelo Chef George Mendes, pupilo do renomado David Bouley, este restaurante tem dado o que falar e já recebeu em pouco tempo 2 estrelas do NY Times também.
Mais uma invensão do “louco de tão talentoso” Chef David Chang. Entre as delícias servidas estão chocolate cake with yellow-cake icing e banana cake with hazelnut crunch. Mal posso esperar para provar…
Um clássico, mas que nunca experimentei.
Já estive lá muitas vezes, mas nunca consegui lugar. Vou tentar a sorte mais uma vez. É charmoso, meio secreto, romântico…
Aparentemente, bom, bonito e barato. Ah, e bem localizado. Fica no coração do SOHO. Sou louca por comida mexicana!
Concorrente do Momofuku Noddle Bar, dizem que este restaurante esta fazendo os melhores ramen noodles da cidade. E fica no meu bairro do coração: o East Village.
PODUNK
Casa de chá sem frescuras do East Village
SALUMERIA ROSSI
Casa de carnes/ restaurante de Cesar Cassarole no Upper West Side, na altura da 73rd St. Para quem gosta de charcuterie, imagino que seja uma boa pedida.
BEP at Simple Café
Novo restaurante de comida vietnamita de Williamsburg. Fica na famosa Bedford Avenue.
Maiores detalhes a seguir…
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
Bar Balcão
domingo, 26 de julho de 2009
Nello's
Entrar numa cantina italiana, para mim, é como entrar numa grande festa de família. É gente para todos os lados, conversas altas, gargalhadas, muito vinho e o cheirinho do molho de tomate fervendo na panela. Me dá uma certa nostalgia dos almoços da família Rizzo, meu lado materno, e do meu avô Ivo, sempre reunindo todos num clima de alegria e descontração. Mas é uma nostalgia boa, um reviver bons tempos.
* * *
Em poucos meses em São Paulo, tive a sorte de descobrir “una vera cantina italiana”, bem perto de casa. Nello’s, como é chamada, existe há 35 anos e é comandada pelo Sr. Nello, sua esposa Dona Rina e seus filhos. Os pratos, receitas de Dona Rina, são tipicamente romanos e incluem spaghetti all’amatriciana e saltimboca alla romana.
Ontem, com a chuva e o frio que fazia por aqui, nosso primeiro pensamento foi jantar no Nello’s. Chegamos cedo, mas a casa já estava lotada, naquele clima de festa italiana. Logo conseguimos uma mesinha e começamos o jantar com meia jarra do vinho tinto da casa – um excelente custo benefício. De entrada, pedimos berinjela recheada, com tomate, alho e orégano, na medida perfeita para duas pessoas. Como principal, escolhemos fettuccine verdi (pasta all’uovo, caseira) a carbonara, com cubinhos de pancetta, e uma abundância de ovos e creme; e também spaghetti al sugo. Dois clássicos e ambos uma delícia! Os pratos são enormes e, se a fome não for muito grande, pode-se perfeitamente dividir. Comemos, bebemos e curtimos o astral do Nello’s...
Na saída, não sei bem porque, me dirigi a essa moça, que sorria para nós. Agradeci o jantar e, imaginando que trabalhasse ali, pedi um cartão. Ela disse poucas palavras, mas seu sotaque, difícil de decifrar, me deixou curiosa. De onde seria? “Sou italiana, de Roma”- ela disse, “mas sou também new yorker e um pouco chilena.” A filha de Nello me explicou que sua família é de Roma, mas que ela e os irmãos cresceram no West Village, em NY. Contei então a ela que morei em Roma e em Nova York e falei da minha paixão pelos dois lugares. Quando comentei que estou indo para NY em algumas semanas, me olhou com um ar nostálgico e apaixonado e me deixou dizendo: “Dê um abraço nela por mim”. Será dado.
“... anni alti, anni bassi, anni felici anni tristi...
l’importante e che siamo ancora insieme a ricordarli”
– frase retirada do site do restaurante
quarta-feira, 22 de julho de 2009
Deliciosas Empanadas Chilenas
Todos os dias, a caminho do trabalho, passo na frente deste restaurante/boteco que anuncia numa grande faixa vermelha: Deliciosas Empanadas Chilenas. E, todos os dias, fico salivando ao imaginar não as empanadas do boteco, mas as do meu pai, das quais tanto sinto falta.
Um belo dia, ele se interessou pelos tais pastéis assados e resolveu testar algumas receitas. Não satisfeito em suas primeiras tentativas, resolveu estudar o tema a fundo, como faz com tudo que nele desperta interesse. Nunca vi bicho tão persistente. O resultado, foi a empanada mais suculenta, farta e saborosa que já experimentei. Adoro as de siri e camarão, mas as de carne sempre serão minhas favoritas.
Mas como não posso pegar um avião pra Porto para almoçar com meu pai sempre que bate o desejo, resolvi dar uma chance às empanadas Chilenas do El Guaton, ou “o barrigudinho” em português. O nome é possivelmente uma homenagem ao patriarca dessa família chilena, um senhor barrigudinho que está sempre por lá, cuidando para que nada dê errado. O cardápio conta com pratos típicos brasileiros e chilenos, mas as estrelas são mesmo as empanadas, preparadas pela mulher do “guaton”, nos sabores palmito, frango, escarola, camarão, mariscos e.... carne, é claro!
Parti logo para o jogo duro e experimentei a de carne, a mais tradicional delas. E tenho que confessar, pai querido, que tens um concorrente por aqui. A massa é fininha e macia, e o recheio como tem que ser: carne moída, ovo, azeitonas pretas, uva passa e cominho. Doce, salgado, picante....delicioso! Acho que amanhã terei que voltar para provar as outras...
E fica o pedido aqui: Pai, será que podes dividir com os leitores da mordida perfeita o segredo da tua empanada de carne???
El Guaton
Tel. 11 3085-9466
R. Arthur de Azevedo, 906 - Pinheiros - São Paulo – SP
quarta-feira, 15 de julho de 2009
Reconstruindo o Milho Perfeito
Enquanto ainda procuro por mordidas perfeitas em São Paulo, me vejo às vezes, numa tentativa de reproduzir alguns dos sabores que mais sinto falta de Nova York. Acordei hoje, imaginando um domingo de sol no SOHO, passear pelas ruas estreitas de paralelepípedo, olhar vitrines, observar os fashionistas que vem e vão. E quando a fome bater, fazer uma pausa para um “grilled Mexican corn” do Habana Café, na esquina badalada da Prince com a Elizabeth Street.
Segue a minha tentativa de reconstruir o milho perfeito:
Limpe o milho e cozinhe em água salgada até ficar macio. Retire da panela e seque-o com papel toalha. Aqueça uma frigideira (ou grelha) e derreta um pouco de manteiga (ou muita!) nela. Grelhe o milho dos dois lados até que fique dourado, quase com aparência de queimado. Retire da frigideira e polvilhe imediatamente uma porção generosa de parmesão ralado e pimenta caiena moída. O queijo irá derreter e se misturar com a manteiga e a pimenta, tomando uma consistência cremosa. Para completar, esprema um pouco de limão sobre o milho e... está esperando o quê? Ataque!
É doce e salgado ao mesmo tempo, cremoso e picante... e todos esse sabores salientados pelo limão. Perfeito em NY, em SP e em qualquer lugar.
Grilled Mexican Corn: Habana Café (17 Prince St., New York Tel. 1 212.625.2001) ou na sua casa!
domingo, 12 de julho de 2009
São Cristovão

Quarta-feira passada, eu estava decidida a ficar em casa, quando um convite de última hora, me fez mudar de idéia. Acabei parando na badalada rua da Vila Madalena, a Aspicuelta, no meio da confusão. Para quem nunca esteve lá, a Aspicuelta é, talvez, a rua de São Paulo com a maior concentração de bares e botecos e vive lotada de gente jovem e animada.
Na dúvida de onde parar, acabamos optando pelo bar mais lotado que encontramos, o mais disputado e que imaginamos estar entre os melhores: São Cristovão, não de padroeiro dos viajantes, mas de timão carioca.
Enquanto esperávamos pela nossa mesa, me distrai com a decoração do lugar. As paredes são tomadas por fotos oficiais de times de futebol consagrados, carteirinhas dos clubes, troféus e reportagens do tema. No meio de tudo isso, a capa de uma revista Manchete com ninguém menos que Xuxa Meneguel, provavelmente no ensaio de fotos onde ela conheceu o craque Pelé. Para fazer companhia na fila do banheiro, Maradona pelado dentro de uma banheira e Taffarel abraçado em duas “gatinhas” só de asa-delta.
No cardápio, os petiscos impressionam. O bolinho de bacalhau é crocante e sequinho, assim como o aipim frito. A carne de panela, servida com pães quentinhos, é muito mais saborosa do que vistosa. Vale experimentar. Para os petiscos descerem redondo, o cardápio oferece todos os tipos de bebida que se pode imaginar. O destaque, é claro, fica para o chopp da Brama gelado, mas tem também grappa, xerez, absinto, gin, tequila e até uma carta de cachaça, com mais de 120 marcas da bebida! E para acompanhar esta vasta seleção de tragos, um ditado irlandês ilustra o cardápio: “…a realidade é apenas uma ilusão, provocada por uma aguda escassez de álcool…” Escassez de álcool??? Não no São Cristovão.
São Cristovão
Rua Aspicuelta, 533 - Vila Madalena – São Paulo
Tel. 11 3097.9904